Situada às margens
da PE-60, na entrada da via de acesso à cidade de Tamandaré, no litoral
Sul de Pernambuco e a 60 km do Recife, Saltinho é uma das últimas áreas
de preservação da Mata Atlântica. São 548 hectares de floresta, representando
um perímetro de 29 km, nos municípios de Tamandaré e Rio Formoso, com
temperatura que varia de 12 a 36Cº e pluviosidade de até 3.000 mm anuais.
De um antigo engenho de cana passou a horto florestal em 1940 e a estação
experimental florestal em 1967, com o objetivo de desenvolver pesquisas.
Em 1983 foi classificada como reserva biológica, com a finalidade de conservação
integral da flora e fauna, para fins científicos, sendo proibida toda
e qualquer forma de exploração de seus recursos naturais.
PESQUISAS
- Serve como centro de estudos para pesquisadores, alunos de escolas especializadas
e ecologistas. Atualmente estão sendo desenvolvidas pesquisas sobre besouros
da família Scolytidae (UFRPE), sobre Bromélias da Floresta Atlântica (JABOR-RJ),
além de 4 subprojetos que visam estudar pequenos mamíferos e insetos que
ocorrem em Pernambuco (UFPE). Também está sendo executado o levantamento
de pássaros e aves, com o monitoramento do IBAMA.
Conta com um museu onde se pode observar amostras de quase tudo o que
existe na reserva e uma sementeira onde são cultivadas mudas de espécies
nativas.
Para visitação faz-se necessária uma prévia autorização do IBAMA, para
que seja evitada perturbação ao ecossistema. Aos que conseguirem permissão
é reservada uma aventura em meio à mata fechada, cortada pelo rio Mamucabas,
que deságua em um açude com capacidade de 360.000 metros cúbicos e abastece
a cidade de Tamandaré. O baixo índice de poluição do rio Mamucabas, aliás,
já demonstra o valor social e ecológico da preservação efetiva desta área,
resguardando este manancial.
FLORA
E FAUNA
- A flora é composta por várias espécies, entre elas Jatobá, Pau-brasil,
Sucupira, Camaçari, Ipê, Massaranduba, Murici e a Gararoba. A questão
do desmatamento foi um dos desafios enfrentado e vencido pelo IBAMA, sendo
hoje praticamente desprezível.
Quanto à fauna, pode-se encontrar Capivara, Paca, Tatu, Cotia, Furão,
Papamel, Cachorro-do-mato, Gato-do-mato e o Mico-estrela-de-estufos-brancos,
além de diversos pássaros, entre os quais a Patativa, o Canário-da-terra,
o Sangue-de-boi e o bonito e raro Pintor-verdadeiro.
Em relação à fauna houve mais uma vitória do órgão fiscalizador, que com
excelente trabalho de conscientização conseguiu reduzir a zero a caça
na reserva.
Nas incursões, deve-se ter atenção com cobras de variadas espécies como
Jararacas, Surucucus, Salamandras e Jibóias. Abelhas e inúmeros insetos
também atacam quando ameaçados.
CACHOEIRA
- Para os que se contentam com um contato superficial com a Mata Atlântica,
resta uma pequena área no lado Leste da reserva onde fica a Cachoeira
da Bulha, também conhecida como Bica de Tamandaré. Trata-se de uma cachoeira
onde se pode tomar refrescantes banhos, principalmente nos dias ensolarados,
já que a água é muito fria. O acesso é feito por um barranco na margem
da estrada que liga a PE-60 a Tamandaré.
Apesar de muito agradável, a Cachoeira da Bulha que, por ser particular,
está fora dos limites da reserva, representa problemas. O lixo deixado
por visitantes e o comércio desordenado de comidas e bebidas no local,
mostra a necessidade de providências no sentido de disciplinar a área.
O grande potencial turístico do lugar merece maior atenção. O ideal é
conscientizar os visitantes para evitar a depredação e organizar os pequenos
comerciantes, muitos dos quais dependem do que vendem ali para sobreviver.
Um dos mais belos trechos da PE-60 é sem dúvida o que corta a reserva.
Deve-se, porém, ter todo o cuidado com os animais que atravessam a rodovia.
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